26 de jan. de 2010

Sustentabilidade em Shoppings

Sustentabilidade em shopping centers: um caminho sem volta
http://observatoriodamulher.org.br

A importância de tornar os empreendimentos brasileiros mais sustentáveis, desde a construção até a operação, ganha cada vez mais destaque no mundo corporativo. O tema é discutido nos mais diversos segmentos de negócios, como varejo, serviços e indústria.

E, cada vez mais, a aplicação de boas práticas ambientais e a preferência por empreendimentos verdes são incluídas na política global de grandes empresas. A sustentabilidade é um caminho sem volta. O desafio é investir na construção dos chamados "green buildings" e buscar formas de tornar sustentáveis também as construções antigas.

Em grandes empreendimentos comerciais, como shopping centers, por exemplo, o consumo de energia é um dos principais gastos mensais. Assim, além de ambientalmente correto, um projeto que vise a sustentabilidade do empreendimento - e inclua desde o design até a operação diária - significa não só a redução de consumo de recursos naturais, mas também diminuição das despesas financeiras.

Ao contrário do que muitos podem imaginar, o investimento na construção de um prédio verde não chega a ser 10% superior ao de um empreendimento comum. As estimativas indicam que um empreendimento projetado para ser sustentável, desde a construção até a operação, costuma ser de 3,5% a 7% mais caro.

Em contrapartida, o preço de venda ou o aluguel dos espaços, sejam salas comerciais ou lojas, também supera em cerca de 7% os valores cobrados dos empreendimentos comuns. Além disso, no longo prazo, a economia gerada com a redução do consumo e a melhoria de performance da operação garantem uma economia de até 30% no condomínio mensal, o que torna o negócio cada vez mais atrativo para os lojistas.

Ainda considerando o mercado de shopping centers, apenas cerca de 6% do total de empreendimentos existentes no País implementaram técnicas sustentáveis desde a construção. Entre elas, destacam-se a definição de um design que favoreça a iluminação natural durante o dia, equipamentos elétricos eficientes, projetos para reuso de água e utilização de água das chuvas, além de sistemas inteligentes de iluminação ou ar condicionado.

Porém, e os demais shoppings? Como garantir a sustentabilidade em um empreendimento já construído? Neste caso, há uma série de processos que podem proporcionar maior eficiência da operação, otimizando o consumo de recursos naturais e garantindo a sustentabilidade. Adaptações na infra-estrutura, revisão do projeto de iluminação e o retrofit de equipamentos são alguns exemplos de como é possível rever a operação diária.

Para se ter uma idéia, no processo de certtificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um dos principais certificados do mundo que visa a aplicação de boas práticas ambientais, a forma e o consumo de energia elétrica e de água estão entre os principais itens avaliados.

Assim, para os empreendimentos mais antigos, que não são projetados para energia solar ou reuso de água, o investimento em equipamentos novos, que consomem menos energia, pode ser a solução para iniciar o processo de economia. Na iluminação, a troca por lâmpadas mais eficientes, como Leds, deve ser a primeira atitude, seguida por sensores de iluminação.

No entanto, em alguns casos, iniciativas simples, como aumentar o nível do brilho do piso, podem trazer ótimos resultados na iluminação, através de reflexão. Já no sistema de ar condicionado, que corresponde a 60% da conta de energia de um shopping, investir na implementação de sistemas de controle por andar ou loja, assim como na inclusão de películas que limitam a entrada de sol no ambiente, podem ser ótimas alternativas.
Também é possível optar pela inclusão de um gerador de energia para os horários de ponta, em que a energia elétrica costuma ser mais cara. Esse conjunto de ações permite uma economia de até 30% no custo operacional do empreendimento.

Com relação à economia de água, um dos recursos mais escassos de nosso planeta, é possível realizar alterações nos equipamentos para o consumo inteligente. Como exemplo, podemos citar a troca de torneiras manuais para torneiras com temporizadores ou descargas a vácuo. Já existe também uma linha de louças para banheiros com desgin projetado para reduzir o consumo de água. Com o reuso de água, iniciativa que traz mais economia entre as citadas, é possível a reutilização da água para rega de plantas e direcionamento para sanitários.

Embora projetos de créditos de carbono não sejam economicamente viáveis para o segmento de shopping centers, o monitoramento do quanto foi reduzido auxilia na visualização dos efeitos positivos do projeto de eficiência energética.

Vale ressaltar, entretanto, que um dos maiores desafios da manutenção do projeto sustentável em um shopping é a garantia de que o cliente final não será afetado com as mudanças realizadas. Reduzir o consumo de energia ou otimizar a operação de infraestrutura não deve interferir no grau de adequabilidade do ambiente.

Se o cliente encontra um local limpo, organizado e atraente visualmente, ele ficará mais tempo no shopping, o que aumenta a probabilidade de conversão da venda e, consequentemente, o ticket médio do shopping. Os shoppings verdes são, de fato, um caminho sem volta.

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