12 de ago. de 2010

Jornalista ou marqueteiro?

O programa que tenta mostrar que é como uma página aberta, precisa decidir se vai ser jornalístico ou institucional. Isto porque já faz tempo que está a serviço da propaganda pró governo municipal, tendo frequentemente a participação travestida de entrevista de diversos secretários escalados para falar bem (claro) do atual grupo administrativo.
Hoje, diante de reportagens acerca da apreensão pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), com apoio do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de três ônibus com funcionários, DAS e contratados da PMCG que foram participar de evento partidário no Rio de Janeiro, o Secretário mais uma vez saiu em defesa do governo. Chegou a debater no ar com um ouvinte que dizia se chamar Jorge e que era terceirizado da prefeitura, tendo ainda afirmado que quem não atendesse aos chamados dos seus chefes eram ameaçados com demissão. Como se tivesse na mais isenta das posições o Secretário disse quase que cinicamente que quem se sentisse constrangido ou acuado era só procurar o Ministério Público e denunciar.
E aí eu tenho que dizer:
- Há, há, há!!!
Quem está sob ameaça, principalmente de perder o meio de sustento de si e de sua família, vai procurar alguém para dizer que está sendo pressionado?
Não vai e os governantes, que adoram os contratados, sabem muito bem disso. Não é diferente com o grupo atual. Não é a toa que existem pelo menos três empresas que terceirizam funcionários para quase todas as áreas da prefeitura. São, em muitas vezes, cabos eleitorais pagos com o dinheiro público, sob o pretexto de estarem prestando serviços para a população.
Há bastante tempo o grupo atual (e não estão sozinhos) faz com que boa parte dos eleitores e seus familiares dependam das benesses públicas, fazendo com que haja uma seqüência infame que diz: preciso que eles ganhem novamente a eleição para eu e minha família continuarmos a ter o que temos hoje.
O secretário-apresentador-defensor tenta negar, mas até os menos engajados sabem do poder que um empregador do tamanho da prefeitura de Campos, que mantém um número tão elevado de pessoal que pode perder seu emprego a qualquer momento, tem para obrigar aos seus empregados a participarem de eventos que interessa ao partido e ao governante.

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