4 de jun. de 2010

Entrevista do presidente do PV local

Reproduzimos abaixo a íntegra da entrevista concedida pelo presidente do PV de Campos, Andral Tavares Filho, à Folha da Manhã:

Andral confirma pré-candidatura à Alerj
Por Aluysio, em 04-06-2010 - 16h16

Filiado ao Partido Verde (PV), o advogado Andral Tavares Filho confirmou sua pré-candidatura à Assembléia Legislativa nas eleições de outubro. Em entrevista ao blog, Andral analisa as candidaturas de Fernando Gabeira, ao Governo do Estado; e de Marina Silva, à Presidência da República; e fala da necessidade de renovação do quadro político de Campos.
Blog – Está confirmada sua candidatura para deputado estadual?

Andral – Hoje sou um pré-candidato, aguardando a Convenção que decidirá quais serão os candidatos a deputado Estadual e Federal do Partido Verde, e que está prevista para acontecer no próximo dia 12, no Rio. Estou confiante em ser um dos escolhidos e empolgado com a possibilidade de poder defender um modo diferente de fazer política.

Blog – O PV não vai coligar na proporcional. No seu ponto de vista, isso ajuda ou atrapalha seus candidatos à Alerj e Câmara?

Andral – Ajuda. Nas eleições anteriores, o PV se coligou e acabou elegendo menos candidatos a deputado do que elegeria se tivesse corrido só. Hoje o time de pré-candidatos do PV à Assembléia Legislativa é formado por pessoas com uma boa imagem e reputação junto às suas comunidades, mas sem estrelas, o que é animador, pois vai permitir uma disputa saudável e equilibrada entre nós, com boas chances para todos.

Blog – Em visita recente a Campos e à Folha, o Roberto Rocco falou na possibilidade do PV de eleger entre cinco a seis deputados estaduais. Não é uma expectativa otimista demais? Por quê? Com que perspectiva você trabalha?

Andral – É um otimismo perfeitamente justificado pelo momento, que mostra um PV em franco crescimento no país e, sobretudo, no Rio, aprofundando cada vez mais seus laços sinceros com a sociedade. O Rocco, por sua larga experiência política e partidária, faz um relato muito lúcido do histórico eleitoral do PV desde a sua criação, em 1986, até os dias atuais. Qualquer um que se debruce sobre os dados apresentados percebe que a cada eleição o PV aumenta significativamente o número de candidatos eleitos, numa linha nitidamente ascendente que se confirmará nesta e nas futuras eleições.

Blog – O Rocco também disse que 30 mil votos assegurariam uma eleição tranqüila para um candidato do PV à Alerj, muito embora tenha ressalvado chances de conquistar mandato até quem consiga fazer 15 mil. Em sua opinião, quantos votos seriam necessários para você se eleger e quantos pretende fazer?

Andral – Eu prefiro não mirar em números, embora a previsão do Rocco nos mostre um objetivo possível de se alcançado.  Nossas projeções são animadoras e as propostas que levaremos ao eleitorado representarão uma alternativa concreta de mudança. Escolhido como candidato pela Convenção vou trabalhar com muito entusiasmo para honrar aqueles que decidiram me apoiar.

Blog – Como está sua articulação para conseguir votos também fora de Campos? Como está estruturado o partido nos municípios do Norte e Noroeste Fluminense, além da Região dos Lagos?

Andral – Vários contatos e sondagens têm sido feitas e, pelas respostas que temos obtido, acredito que o apoio será significativo. Não há dúvida de que o PV, pela seletividade que imprime em suas escolhas de representantes locais, tem uma velocidade mais cautelosa na sua estruturação, mas é bom que seja assim para manter afastados os que queiram se utilizar do partido para fins que não sejam nobres. No geral podemos dizer que a estruturação nas regiões mencionadas é boa e em franco crescimento, além do que a candidatura também ajudará a acelerar esse processo.

Blog – Quem você apoiará para deputado federal?

Andral – A executiva local tem recebido inúmeras abordagens de pré-candidatos a deputado federal buscando a chamada dobradinha conosco. Esse interesse é um bom sinal mas é prematuro tomar uma decisão neste instante. Embora a concorrência por uma vaga para deputado estadual seja maior, o numero de pré-candidatos a deputado federal já supera com larga margem o número de vagas existentes. Por isso, é mais prudente esperarmos a convenção e a confirmação dos candidatos para então tomarmos uma decisão.

Blog – Fala-se que o PSDB em Campos poderá apoiar sua candidatura, numa espécie de aliança “branca”. Isso é verdade?

Andral – O PSDB é aliado do PV para fazer do Gabeira o próximo Governador do Estado do Rio de Janeiro. Embora não exista coligação para a proporcional, existe afinidade entre nós, e eu próprio saí do PSDB para ingressar no PV, deixando amigos lá. É verdade que tenho recebido mensagens de incentivo de lideranças destacadas do PSDB, o que me honra muito, mas não é menos verdade que não existe a tal aliança branca e esse assunto jamais foi conversado com o presidente local do PSDB, com quem, aliás, não converso há mais de um ano.

Blog – E para o Senado? Com a coligação na majoritária, a tendência é mesmo apoiar César Maia do DEM e Marcelo Cerqueira do PPS? A vereadora carioca Aspásia Camargo ficará mesmo sem espaço no PV para se lançar à senadora?

Andral – A última notícia que recebi sobre o assunto dizia que estava definido que a vereadora Aspásia Camargo não concorreria ao Senado representando o PV.  Pela proximidade da Convenção não creio que isso se altere. Trata-se de uma pessoa muito preparada para o cargo mas as costuras feitas para formar a aliança que tem Gabeira na ponta de um projeto político acabaram por inviabilizar a candidatura dela, o que é uma pena.

Blog – Falando da maneira mais pragmática possível, quais são as chances reais de Fernando Gabeira para governador e Marina Silva para presidenta? Sobretudo em relação à última, o que está faltando para que ela explore melhor a considerável fatia do eleitorado que sempre busca uma terceira via?

Andral – Como a campanha ainda não começou, tenho muita confiança num desempenho excepcional de ambos. Gabeira, para não me estender na resposta, por pouco não se elegeu prefeito do Rio, e isso fazendo uma campanha não-convencional, fugindo de materiais como panfletos e placas e tendo que enfrentar manobras desleais contra sua candidatura. Gabeira, que começou as eleições em 6º lugar, com apenas 4% das intenções de voto, foi ao segundo turno e por pouco não é o prefeito do Rio. Acho que essa performance o credencia como forte candidato na disputa ao governo do estado. Marina, por sua vez, vai ser a candidata da esperança, dos sonhos de muitos brasileiros, e já aparece entre 10% e 12% das intenções de voto, o que é muito significativo. É uma mulher espetacular, que conhece como poucos o Brasil e é respeitada no mundo todo, tendo sido considerada pelo jornal britânico The Guardian como uma das 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta, sendo a única latino-americana na lista. Vai ser uma honra pedir votos para ela.

Blog – A inelegibilidade de Garotinho ajuda ou atrapalha Gabeira? Advogado com considerável experiência em legislação eleitoral, você acha que a condenação do ex-governador se confirmará ou será revista?

Andral – Matematicamente, a possibilidade da saída de um candidato do potencial eleitoral do ex-governador ajuda a candidatura do governador Sérgio Cabral. Mas isso não nos abate, ao contrário, nos estimula, pois é concreta a performance espetacular do Gabeira na eleição para prefeito do Rio. Sobre a reversão da condenação imposta à prefeita e ao ex-governador, não há dúvida de que os fatos que ensejaram a decisão do TRE são graves, de modo que a manutenção da decisão tem efetiva possibilidade de acontecer, embora em se tratando de decisão judicial o prudente seja esperar o apito final.

Blog – Publicado na Folha impressa no último domingo, dia 30, e repercutido pelo blog no dia seguinte, o artigo de Aluysio Barbosa, intitulado “É hora de mudar”, causou bastante impacto. Nele o velho jornalista identifica a necessidade de novos rumos aberta pela condenação de Garotinho, Rosinha, Arnaldo e Mocaiber, no último dia 27. Concorda com essa análise? Em caso afirmativo, o que o PV e outros partidos como PT, PSDB, PC do B, PPS e PCB têm feito para aproveitar essa chance? Por que vocês não mantêm reuniões periódicas para montar uma agenda conjunta?

Andral – Considero o artigo uma análise lúcida de como se encontra o município do ponto de vista do nó-cego político que vivemos aqui. É hora de mudar, assino embaixo. E é por esse motivo que minha candidatura está colocada, com o compromisso de trabalhar por essa mudança. Sobre a convergência entre os partidos mencionados por você, não tenho dúvidas de que já existe entre nós a afinidade da mudança, a qual aflorará depois das eleições de 2010, visando 2012, ou até mesmo antes, caso a Justiça Eleitoral confirme novas eleições em Campos.

http://www.fmanha.com.br/blogs/opinioes/
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