14 de out. de 2009

Dilma quer reduzir meta ambiental para não prejudicar crescimento

Ministra da Casa Civil quer que Meio Ambiente faça projeções que levem em conta crescimento maior da economia

Da Agência Estado

A proposta que o Brasil quer levar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, em dezembro, esbarrou no "desenvolvimentismo" da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e expôs uma divisão no governo sobre a questão ambiental. Durante reunião nesta terça-feira (13) entre ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as divergências ficaram estampadas.


De um lado estava o entusiasmo do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que exibia um projeto prevendo a redução de 80% do desmatamento da Amazônia até 2020 e o congelamento nas emissões de gás carbônico (CO2) nos padrões de 2005. De outro, a exigência de Dilma para que sejam feitas previsões com cenários de crescimento do país maior do que o utilizado pela equipe de Minc.

O estudo feito pelo Ministério do Meio Ambiente prevê crescimento de 4% ao ano. Dilma achou pouco, e encomendou projeções para crescimentos de 5% e 6%. No novo panorama, as metas podem ficar inalteradas, mas as propostas para emissão de CO2 têm de ser recalculadas para patamares menos ambiciosos. Questionada, a assessoria da Casa Civil não soube informar por que a ministra requisitou novos estudos.

No entanto, Minc saiu do encontro comemorando consenso em torno da meta de 80%. Ele disse que o Brasil terá posição propositiva durante a reunião do clima. As reuniões continuam hoje com os ministérios do Meio Ambiente, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Fazenda. A ideia é até o dia 20 ter uma proposta única para ser apresentada a Lula, que pediu ao Itamaraty que tente reunião com os presidentes dos países amazônicos para traçar estratégia conjunta. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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