4 de out. de 2009

Diarista filia-se ao PV inspirada em Marina Silva


Martina Cavalcanti, da Redação. Desde a entrada da senadora Marina Silva (AC) no PV no dia 30 de agosto, o partido, que antes contava com 300 adesões mensais, recebeu seis mil pedidos de filiação. Um deles foi o de Eunice Santana Santos, ou “Nice, a diarista”, como prefere ser chamada. Com 55 anos, a baiana que chegou a São Paulo aos 11 para trabalhar, resolveu entrar na política após muito tempo de indignação. “A maioria [dos políticos] é corrupto, mas se entrar um pouco de gente honesta, quem sabe pode melhorar as coisas?”, questiona. Nice diz ainda que o fato de Marina ter sido eleita sendo mulher, negra e tendo sido diarista foi outro incentivo para sua filiação.
Após ver propaganda do partido na TV, Nice preencheu a ficha do PV no computador de um colega. A filiação foi feita antes de 3 de outubro, data limite para entrar em um partido e concorrer às eleições de 2010. O sonho da candidatura, porém, parece distante. “Me aceitaram, mas eu tô sozinha nessa luta: não tenho conhecimento, não tenho associação de bairro. Chego de manhã e saio à noite, então não conheço ninguém onde moro”, diz. Nice também considera errado que pessoas tão leigas em política quanto ela afirma ser, sejam aceitas pelos partidos só porque são famosas.
Campanha diária
Esperançosa, porém, a pré-candidata a deputada diz que aproveita o longo percurso até as casas onde trabalha para atrair eleitores. “Quando eu saio de manhã para trabalhar, já venho conversando no ônibus. Eu pego três conduções. Quando desço, eu converso no ponto, e assim vai, até chegar no serviço”. Entre os assuntos estão suas pretensões políticas, o partido e Marina. Nice pretende manter a tática se, em abril, o partido aceitá-la como candidata, fazendo campanha “em frente à estação de trem em horário de pico”.
Nice já está em campanha e promete lutar pelo voto aberto, por políticas para os autônomos - como diaristas, camelô e catador de lixo - e se compromete a dar satisfação aos eleitores. “Eu vou dar resposta ao povo que votou em mim no mesmo lugar em que pedi voto. Eu vou falar na praça”, afirma.
“Eu não sei falar bonito, fiz só até a sexta série. Mas o presidente fez até a quarta e foi presidente, por que eu não posso ser deputada?”, indaga. Mesmo já tendo pensado em desistir pelas dificuldades, o exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o incentivo das pessoas na rua a fazem continuar. “Eu só tive uma patroa que foi negativa porque ela falou: ‘meu irmão foi candidato a vereador, estudou e não conseguiu, você vai conseguir?’. Eu falei para ela: ‘Para Deus, nada é difícil’”.

Fonte: eband

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